Fazendo
Música no Computador
Luciano Alves. Editora Campus. 324
páginas, 100 imagens. Em
lançamento, setembro de 2002.
Para adquirir:
livrarias; tel gratuito 0800-265340; site www.campus.com.br;
email vendas@campus.com.br

Exemplos
Conexões com MIDI
Patcher [PDF:155Kb]
Recursos de edição de
áudio [PDF:35Kb]
MIDI e áudio conjugados [PDF:107Kb]

Sumário
O computador /
Configurando o computador para música
Transmissores e receptores /
Teclados / Workstations / Baterias eletrônicas /
Guitarras / Wind transmitters / Módulos / Placas com
instrumentos MIDI / Instrumentos MIDI virtuais / Mixers
MIDI / Como MIDI funciona / Comandos de
MIDI / Interfaces de MIDI / Placas multimídia / Interfaces de
MIDI/Áudio / General MIDI / Placas e módulos GM para
multimídia e internet
Seqüenciadores / Workstations / Computadores
/ Recursos dos seqüenciadores
Gravação / Princípios da gravação analógica /
Gravação digital / Tipos de conexões digitais / O princípio da
gravação digital / Gravação digital para HD / DAW em computador /
DAW dedicado / Hard Disks / Recursos dos softwares para
gravação em HD / Recursos dos Plug-ins de áudio
Produção musical no computador / Composição /
Seqüenciamento / Arranjo / Orquestração / O orquestrador virtual
Produção de CD / CD demo / CD
comercializável / Masterização / Masterização de compilações /
Distribuição por gravadora / Distribuição independente
Produção para jingles, vídeo, TV, cinema e DVD /
Composição para mídias visuais / Vídeo digital / DVD-V e
DVD-A
Produção para multimídia / Composição para
multimídia / CDROM / Projetos multimídia / Softwares para
criação de multimídia
Produção para internet / Trilhas e sonoplastia para páginas
/ Arquivos de música para download / Formatos de música na
Internet
Sincronização e time codes / SMPTE
/ MIDI Time Code (MTC) / Sample-accurate sync
Notação musical / Recursos necessários
para notação musical / Exportação de gráficos / Extração de
partituras
Dicionário de termos estrangeiros
Exemplos de equipamentos

Introdução
Muito se tem ouvido falar a respeito
da utilização da tecnologia da informática aplicada à música.
Mas, por se tratar de uma forma relativamente nova de fazer música e
por não haver disponível no Brasil literatura suficiente que
esclareça mais sobre o assunto, resolvi me dedicar a fazer este
livro, reflexo de minhas pesquisas, experiências e performances com
instrumentos e equipamentos eletrônicos desde o final dos anos 60
(quando microprocessador na música não passava de um sonho). Muitos
textos aqui incluídos foram extraídos das apostilas que preparei
para os workshops (aulas práticas) e cursos que venho
ministrando, além de matérias e análises que escrevi para diversas
revistas e jornais especializados.
Este livro pode ser utilizado por
iniciantes que pretendem entrar no mercado da música digital ou por
aqueles que já conhecem a matéria mas desejam se aprimorar:
músicos, produtores, compositores, arranjadores, maestros,
sonorizadores, técnicos de gravação, professores de
música, editores de livros de música, engenheiros de som, produtores
de multimídia, etc.
Os assuntos são apresentados
progressivamente, calcados no propósito de fazer música (com
auxílio de equipamentos eletrônicos e informatizados). Através do
enfoque musical, os leitores poderão se familiarizar com a linguagem
da informática na música e desfrutar dos recursos dos instrumentos
MIDI, seqüenciamento, gravação para HD, aplicativos, etc. A todo
momento são introduzidas dicas que proporcionam um melhor
aproveitamento do assunto em questão. Como já é sabido, é
possível um músico trabalhar de forma eficiente sem conhecimento
técnico de informática ou de áudio. Nunca foi necessário conhecer
detalhadamente o funcionamento de um gravador para se registrar um
improviso inspirado. Contudo, como desde os anos 70, há uma
tendência dos músicos se tornarem cada vez mais auto-suficientes,
concluí que incluir algumas informações técnicas relevantes seria
de grande valia.
Novos campos de atuação para
músicos e produtores foram criados com a introdução da informática
na música. Este livro, iniciado, organizado e finalizado no
computador é um exemplo. Durante dois anos trabalhei assiduamente
neste projeto que, pelos processos convencionais, teria demandado, no
mínimo, o dobro do tempo. As revisões técnicas e sugestões de
Sólon do Valle (a quem agradeço imensamente) foram 99% realizadas
por email, o que agilizou todo o processo de conclusão.
Há duas décadas atrás, os músicos
não poderiam imaginar que seriam solicitados para trabalhar em
multimídia, DVD ou Internet. A própria tecnologia dos computadores
desencadeou ou contribuiu para o surgimento de novos estilos musicais.
Novas categorias de profissionais da música surgiram. Em alguns
casos, infelizmente, os envolvidos sequer tocam um instrumento ou têm
conhecimento do que é uma clave de sol. A tecnologia atual permite
registrar notas uma a uma, emendar trechos já gravados e utilizar
bases pré-seqüenciadas de forma que, em curto espaço de tempo, a
música está montada. Contudo, para maioria dos estilos musicais,
este não é o procedimento ideal, como é detalhado na parte
Produção Musical no Computador (Composição, Seqüenciamento,
Arranjo, Gravação via Áudio e Orquestração).
A dificuldade dos novos usuários
não é somente a de aprender como conectar e utilizar os equipamentos
mas o que adquirir. Por este motivo, além dos diagramas de conexões,
listei alguns exemplos de aparelhos disponíveis, incluindo os vintage
(de "safras" antigas) como ponto de partida para o leitor
pesquisar o que há no mercado e fazer suas escolhas baseadas em
conhecimento. Não é minha intenção sugerir preferência de marcas
ou de modelos. Esta tarefa seria impossível de ser realizada já que
no mercado da informática e dos instrumentos, os produtos são
aperfeiçoados e descontinuados rapidamente. Para que este livro
esteja sempre atualizado, tais exemplos foram separados no Apêndice -
Exemplos de Equipamentos. Desta forma, à cada edição, novos
lançamentos e tendências serão incluídos.
A implementação da tecnologia dos chips
(circuitos integrados baseados em silício) e de MIDI - Musical
Instrument Digital Interface - promoveu mudanças significativas
na forma de criar, arranjar, orquestrar, produzir, gravar e distribuir
música. Estas foram as alavancas para a reformulação dos estúdios
e do próprio conceito de produção musical. Artistas e músicos
tornam-se, cada vez mais, auto-suficientes. Com o barateamento dos
equipamentos informatizados, tornou-se possível a utilização de
MIDI e a gravação para HD em pequenos estúdios caseiros. Novos
meios para a comercialização da própria música surgem a cada dia.
Atualmente é possível fazer, por conta própria, a masterização e
a duplicação de CDs e disponibilizá-los para venda através da
Internet. Além disso, a música pode ser divulgada e propagada sem
depender de nenhuma mídia física, como é o caso do MP3 e do WMA.
Outras formas e formatos surgirão. Os próprios arquivos originais de
música em alta resolução poderão ser distribuídos sem
compressão. Nestes processos, inevitavelmente, a tecnologia dos
computadores sempre estará envolvida.
Na área da música ao vivo, salvo as
apresentações camerísticas ou intimistas estritamente acústicas
(sem amplificação), a informática está presente desde a captação
dos instrumentos até a mixagem e a amplificação do som.
Música no Computador não é mais
simplesmente um sonho para o futuro. É presente, e irreversível.
Luciano Alves

Prefácio
Conheço Luciano Alves há muitos
anos. Não que sejamos velhos; apenas nos conhecemos ainda quase
garotos. Fui apresentado a Luciano na época em que ele procurava um
guitarrista para completar a formação de uma banda. Eu tocava um
pouco de guitarra, e era o bastante. A performance de Luciano nos
teclados dispensava totalmente a presença de outro solista.
Logo descobrimos que, além da
Música, tínhamos outro gosto em comum: a Eletrônica. Sim, ele era
técnico formado, bom no ferro de solda; e eu estudava Engenharia
Eletrônica, apaixonado pelo Áudio como sou até hoje. Eletrônica,
Áudio e Música: a receita certa para uma amizade. A banda, com minha
participação, não durou mais que algumas apresentações em teatros
apinhados de gente. A amizade e minha admiração por este – como
diriam os americanos – keyboard hero duram até hoje, e não
mostram sinais de se exaurir.
Daquele conjunto, que se chamava A
Célula, até a maior banda brasileira de todos os tempos, Os
Mutantes, foi um caminho natural para Luciano. Caminho que se
prolongou até atingir o status de mestre de que atualmente ele
desfruta.
Este livro mostra bem minhas razões
para ser um fã deste músico: ele consegue transpor, com a mesma
facilidade em ambos os sentidos, a ponte entre a Música e a
tecnologia. Estas duas áreas, cada vez mais, vêm se fundindo, se
multiplicando e formando um espaço de muitas dimensões, com limites
nada previsíveis. Digo mesmo que, na atualidade, não há como ser
puramente técnico ou apenas músico. Há que se cruzar, a todo
momento, a linha difusa que separa os dois campos, mas isto não é
aventura para qualquer um. É preciso o duplo domínio, para não
tropeçar em terreno desconhecido. Luciano Alves, excelente em
Informática e genial na Música, sabe falar sem sotaque as duas
línguas. Ou, ainda melhor que isso, está criando uma nova e mais
completa língua, resultado da fusão de ambas.
Com um vocabulário claro, Luciano
viaja desde os mais simples e antigos dispositivos de criação
musical até as mais sofisticadas ferramentas da atualidade. Seja o
leitor um músico erudito, um garoto apaixonado pela Música, um
operador de som, um DJ ou um mestre do Áudio, encontrará enorme
proveito na leitura deste livro.
Sólon do Valle - Editor
técnico, Revista Música & Tecnologia
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