Análise
do módulo Multitimbral MU 80 (Yamaha)
Revista
Música & Tecnologia, agosto
de 1995
Parece
que foi ontem, só haviam sintetizadores analógicos monofônicos que
nem possuíam microprocessador embutido. Obter, por exemplo, um bom
som de piano, era tarefa impossível. O piano elétrico veio em boa
hora, mas quebrava as hastes, desafinava e gastava as borrachas da
marteleira muito facilmente.
Quanto
mais sons se desejava ter, mais teclados tinha-se que adquirir. Se por
um lado era interessante de se ver o tecladista circundado por um número
imenso de teclados, por outro, dava dó, só de imaginar a ginástica
necessária para se acessar todos os timbres. Por experiência própria,
posso afirmar que muitas vezes deixei de viajar na música, preocupado
em alcançar a nota correta no sétimo teclado do meu antigo setup,
que ficava atrás do meu teclado principal que na época era um órgão
Hammond.
A
quantidade de sons disponíveis era considerável, só que havia um
inconveniente: para modificar os timbres, só em tempo real. Para se
construir um patch que soasse piano Fender + strings + baixo moog +
celeste, no mínimos eu teria que pedir para a banda parar de tocar e
me emprestar algumas mãos, pois com duas, era impossível.
Naquela
época, eu sonhava alto e profetizava: "em duas décadas virão
instrumentos do tamanho de um livro; não precisarão de teclado próprio,
e todas as funções serão memorizadas".
Hoje
em dia, ao ver estas "caixinhas" de General MIDI, chego à
conclusão que estava certo, só que minha fantasia estava aquém da
realidade.
O
MU80 da Yamaha oferece quase tudo que um tecladista MIDI necessita
atualmente: multitimbralidade, resposta de dinâmica excelente, grande
variedade de sons, efeitos embutidos, portabilidade, etc. E para a área
de multimídia, pode ser considerado o módulo top-line do momento.
Análise
geral
O
MU80 é um módulo Tone Generator, compacto, portátil e fácil de
usar. Apresenta compatibilidade total com as especificações de
General MIDI Nível 1, tendo 128 voices e 9 kits de bateria. Em sua
arquitetura foi introduzida o novo modo XG-MIDI (Extended General
MIDI), proporcionando um total de 537 Voices e 11 kits de bateria. A
polifonia é de 64 vozes em 32-Part Multitimbral. Cada Part tem seu próprio
Voice, assim, até 32 Voices podem soar simultaneamente. Possui duas
entradas de MIDI, fazendo com que 16 Parts possam ser tocados em cada
uma.
No
modo Performance (o mais aconselhado para shows e gravações sem
sequenciador), acessa-se até 4 Parts ao mesmo tempo, com som sobre
som (layer) ou divididos em regiões do teclado (split). Vem com 64
performances de fábrica mais 128 que podem ser programados.
Particularmente,
não me agrada a nomenclatura adotada pela Yamaha, e muitos
tecladistas concordam que o termo "Voice" quer dizer número
de vozes (notas simultâneas) que o instrumento pode suportar.
Nos
intrumentos Yamaha em geral, Part significa instrumentos, Voice
refere-se à programa ou tone, e Performance é o mesmo que patch.
Sem
dúvida, a principal aplicação deste módulo é em multimídia.
Neste sentido, a Yamaha não mediu esforços para produzir um
instrumento de conceito revolucionário, conservando compatibilidade
com as especificações de GM (General MIDI), e foi mais além,
propondo a utilização de bancos para acessar mais voices. General
MIDI é o standard criado para localização de voices (programas), e
numeração de peças da bateria dos arquivos .MID. Músicas compostas
em um determinado sequenciador, poderão ser executadas em outro,
respondendo com as mesmas características do arranjo original.
Além
dos conectores de MIDI (dois in, um out e um thru), o MU80 possui
terminal para ligação direta com o microcomputador, dispensando o
uso de placas adicionais.
Comentários
Ao
ser ligado ou desligado não produz ruídos que possam danificar o
sistema de amplificação, como se observa em diversos equipamentos
atualmente. Possui sons cristalinos e não percebe-se nenhum chiado de
fundo, em níveis normais de audibilidade. O microprocessador interno
guarda as últimas funções e o programa utilizado antes de ser
desligado.
Os
micro botões da seção Play/Edit são iluminados, o que a princípio
parece redundância, mas facilita a localização rápida de
determinadas funções de extrema importância.
O
painel é bem amigável, e monstra as seguintes funções do módulo:
Part, entrada de MIDI (A ou B), canal de MIDI, Banco/Programa, volume,
expressão, pan, mandada de efeitos e afinação. Cada uma destas
regulagens funciona para cada Part em particular.
Mais
à direita, seleciona-se o modo de operação que se deseja operar:
XG, TG300b, C/M, Perform.
Especificações
de fábrica
Tone
generation method - AWM2 (Advanced Wave Memory 2)
Maximum
polyphony - 64 notes
Multitimbral
capacity - 32 Part em 32 canais de MIDI, com prioridade para as últimas
notas executadas e alocação dinâmica de vozes.
Total
Internal voices - 729
Drum
programs - 21 (nos diversos modos)
Performance
programs - preset 64x2,
user 128. Até 4 voices e regulagens de efeitos podem ser memorizados
em um performance.
Effects:
Cinco seções de efeitos múltiplos: reverb (12 tipos), chorus (10
tipos), variation (44 tipos), distortion (3 tipos), e equalizer (4
tipos).
Display
Custom back-lit LCD
Usa
transformador pequeno para alimentação (adaptador de AC)
Tamanho:
220 x 210 x 44mm
Peso:
1.3Kg
A demo
A
música de demonstração do MU80, de estilo funk-fusion com final de
influência afro, não chega a impressionar. Enquanto o módulo toca,
os VUs do painel monitoram os volumes de cada um dos 32 parts, e um gráfico
de uma pauta musical apresenta notinhas saltando enquanto o símbolo
de pan roda de um lado para o outro. Muito me lembrou os trios elétricos
da Bahia, com seus shows de luzes.
A
demo é uma das partes mais importantes de um instrumento: em três ou
quatro minutos o iniciante ou mesmo o profissional pode decidir se o
instrumento é ou não exatamente o que necessita. As peças da
bateria estão bem distribuídas no estéreo, mas no geral, a mixagem
deixa muito a desejar, e a caixa está muito alta, chamando mais atenção
do que os instrumentos solistas. O reverber, de ótima qualidade, é
utilizado além da medida do bom gosto, "empastelando" o
arranjo em determinadas passagens. O piano foi executado com pouca dinâmica
e nota-se também o famoso "pastel de MIDI" quando muitos
instrumentos são executados simultaneamente na mesma região de freqüência.
Para
executar a demo (música "Out of the Muse") pressiona-se o
botão Select até o cursor alcançar a função Demo. Em seguida
pressiona-se Enter.
Tocando o MU80 via teclado midi
Ligando-se
a saída de MIDI de um teclado à entrada A do módulo, acessa-se
todos os voices de forma instantânea. Não é necessária maiores
configurações. O medidor do painel é extremamente eficiente, pois
mostra logo de saída se o módulo está recebendo mensagens, e em que
canal o teclado está transmitindo. Muito interessante é o fato do
meter monitorar o nível de velocity, e não o de audibilidade
propriamente dito. Este procedimento facilita muito a escolha da curva
de velocity ideal em que o teclado master deve transmitir para se
obter o máximo de presença do MU80. Por intermédio de outro
processo, pode-se também regular o velocity no próprio módulo, como
será detalhado mais adiante. Quando se deseja atingir um canal de
MIDI específico, deve-se selecioná-lo no teclado.
O
número imediatamente abaixo do medidor de nível indica qual part está
sendo utilizado.
Análise
dos voices (programas) principais
Considero
voices principais, aqueles mais utilizados em arranjos de base e
coberturas de música pop: pianos, baixos, baterias, cordas e sopros.
No
MU80, basta, selecionar o part 1, com os botões Part - e +. Em
seguida, com os botões Select < e >, move-se o cursor até o
lado direito do ícone de instrumento.
O
botão + adianta, e o - atraza um voice. Pressionando-se
initerruptamente um dos botões, os voices adiantam ou atrasam
seguidamente. Quando se deseja mudar, por exemplo, do voice 001 para o
128, é necessário pressionar o botão + até chegar no número 128.
Para retornar ao 001 deve-se pressionar o - até alcançá-lo. Esta
operação é demasiadamente demorada, e solução é mudar os voices
a partir do teclado (quando disponível), dando entrada direta dos números.
Neste caso, dependendo do fabricante e modelo, o número selecionado
poderá ou não coincidir com o do MU80. A base numérica de troca de
programa do Alesis Quadrasynt, que uso atualmente como teclado master,
é 000 enquanto a do MU80 é 001, ou seja, os programas do Quadrasynth
estão dispostos entre 000 e 127, e os do MU80 vão de 001 a 128.
Comummente, resolvo este tipo de problema utilizando o programa de
sequenciamento Cakewalk, como intermediário, onde aviso qual é a
base numérica do módulo que está conectado em um determinado canal
de MIDI.
Para
cada modalidade de instrumento musical, há um ícone (representação
gráfica), que ajuda a identificá-lo.
Voice
1 (Grand Piano) - boa resposta de dinâmica, boa graduação de
sustain entre as notas da região grave e aguda. Percebe-se, sem muito
esforço, a mudança entre um sample e outro, variando de brilhante a
opaco. Sustentando-se uma nota a partir de uma oitava acima do dó
central, percebe-se harmônicos desagradáveis que não têm nada a
ver com os gerados pelo piano acústico real. Tem bom punch, e inclui
o som do martelo percutindo a corda. É necessário diminuir a mandada
de reverber para no máximo 14, pois como vem de fábrica é exagerado
para as passagens pianísticas mais rápidas.
Voice
2 (Bright Piano) - bom piano para rock e apresentações ao vivo com
banda. Este é sem dúvida o piano ideal para se usar em shows, caso o
técnico de som seja daqueles que erradamente colocam os teclados no
último plano da mixagem, o que ocorre frequentemente.
Voice
5 (E. Piano, tipo Rhodes) - surpreendentemente cristalino, e responde
muito bem à dinâmica.
Voice
6 (E. Piano 2, tipo DX7 FM) - apesar do MU80 não gerar som por FM,
este voice é simplesmente perfeito. Esta é uma amostra fiel do som
original.
Voice
18 (Perc. Organ, tipo Hammond C3) - perfeito, com ótima percussão.
Voice
25 (Nylon Guitar) - muito longe do instrumento real.
Voice
27 (Jazz guitar) - decepcionante.
Voice
76 (Pan flute) - bastante real.
Baixos
- todos são muito bons.
Cordas
- falsas e muito anazaladas, a não ser as do tipo synth que são mais
envolventes e melhor equalizadas. A grande maioria precisa ser
reprogramada em termos de ADSR e equalização.
Uooohs
e uaaahs - são aceitáveis, apesar de serem muito distantes das vozes
de corais reais. Prestam-se mais como vozes para dance music e
techno-pop.
Sopros
(saxofones, trombone, flautas, trumpetes, etc.) - inevitavelmente
falsos, não podendo ser utilizados em gravações ou apresentações
profissionais. Segundo a estratégia de marketing adotada pela empresa
- "a Yamaha é um dos
poucos fabricantes no mercado que possui uma linha de produção de
instrumentos acústicos reais (pianos de cauda, flautas, saxofones,
etc.), por isso, seus especialistas determinaram as melhores formas de
amostragem para cada instrumento". Mas, ao meu ver, a
realidade ainda é dura: não será neste ou no próximo milênio que
a tecnologia conseguirá camuflar a imensa discrepância existente
entre um som acústico original e sua respectiva amostra
(principalmente as que necessitam ser processadas por filtragem,
looping, etc.). Cabe aqui, deixar claro que a reprodução de
determinados instrumentos acústicos, torna-se impossível devido à
diversos fatores técnicos que necessitariam de muitas colunas desta
publicação para serem enumerados. Além disto, há que se contar
ainda, com as limitações dos tecladistas em executar exatamente como
um músico de sopro faria; e diga-se de passagem, não é o que
realmente almejamos.
Sons
sintetizados para solo e ataques - todos ótimos, podendo melhorar
editando-se os efeitos, principalmente o echo.
Percussões
(sons de curta duração: marimbas, kalimbas, etc.) - todos ótimos.
Efeitos
(helicóptero, gun, sons transcendentais) - Ótimos.
Kits
de bateria - surpreendentes! Os tons do Room Kit, do Rock Kit e do
Electric Kit são comparáveis aos melhores módulos de bateria eletrônica
do mercado. Possui ainda, dois kits de efeitos percussivos de grande
utilidade para trilhas sonoras e jingles. Os contra-tempos fechados têm
sustain na medida exata, e os Standard Kits são ótimos para bossa
nova, samba, blues, etc.
A
bateria realmente impressiona neste instrumento, tirando o problema de
ter só saída estéreo. Como é estabelecido pelas especificações
de General MIDI, os bongôs e as congas possuem as peças agudas em
notas mais baixas que as graves, ou seja, o High Bongô é alocado no
número 60 e o Low Bongô no 61. Para os tecladistas, a colocação
deveria ser ao contrário: som agudo = nota alta, e som grave = nota
baixa, como foi decidido, por exemplo, em relação aos ton-tons. Para
se executar uma virada de tons do mais agudo para o mais grave,
toca-se as notas dó, lá, fá (na região 3 de MIDI). Esta, ao meu
ver, é a relação correta. Consultei vários percussionistas que
gravam comigo, e verifiquei que a maioria prefere tocar a peça mais
grave na direita, ou seja, ao contrário do sentido grave-agudo do
piano. Como fazem isto, não sei, e nem eles também. Já que o usuário
do padrão GM é geralmente o tecladista, fica aqui registrada, a
minha discordância.
Modos
de operação
MULTI PLAY MODE
- em XG
É
o modo normal de operação do MU80. Funciona desta forma logo ao ser
ligado.
O
display mostra o nome e o número do voice selecionado, além do
medidor de cada um dos 32 parts e opções disponíveis para edição:
part, canal de midi, volume, etc. Pode-se editar cada part
separadamente (Single Part Control).
Editando
um single part (Single Part):
Seleciona-se
o Part que se deseja editar e determina-se o canal de MIDI em que
receberá. Escolhe-se o banco de voices, onde se acessam todos os
programas disponíveis. Cada banco contém 128 voices.
Pode-se
editar o volume, expressão, pan, mandada de reverber, mandada de
chorus, mandada de variation e note shift (transposição de -24 a
+24).
Editando
todos os parts em conjunto (All Part):
Desta
forma, as modificações afetam todos os parts ao mesmo tempo.
Para
modificar o All Part, pressiona-se os dois botões de part (- e +)
simultaneamente. O display mostra ALL e ALL logo acima das opções
Part e MIDI do painel.
Usa-se
o botão Select para indicar qual parâmetro quer modificar. Estão
disponíveis: device number (numero de identificação para transmitir
e receber sys-ex), master volume (volume geral), master attenuator
(regula o nível de audibilidade geral quando se toca várias músicas
de níveis diferentes, funcionando como um compressor), reverber
retturn (retorno de reverber do mix geral), chorus retturn, variattion
return e transpose.
Editando
o Filtro, o EG (envelope generator) e Vibrato (Multi Edit Mode):
Para
acessar estes controles, pressiona-se o botão Edit. As opcões disponíveis
para edição são:
1.
Filter - o filtro é digital e deve ser utilizado para mudar as
características de timbre de cada voice.
1.1
- Cutoff Frequency - determina o corte de frequência do filtro,
produzindo tonalidade fechada ou mais brilhante. As graduações (de
-64 a +63), são audíveis em tempo real.
1.2
Resonance - determina a quantidade de ressonância do filtro ou
enfatiza o nível do Cutoff Frequency.
2.
Envelope Generator - permite desenhar a característica de attack,
decay, sustain e release de cada voice, sendo que o MU80 trata estes
parâmetros em três porções: attack, decay e release.
3.
Vibrato - controla a velocidade, a profundidade, e o atraso de entrada
do efeito de vibrato.
Editando
parâmetros diversos (Others):
1.
Detune - ajuste fino de afinação de um determinado voice. De grande
ajuda, quando deseja-se criar efeito de dois instrumentistas tocando,
produzindo ligeira dobra, tornando o som mais cheio.
2.
Part Mode - escolhe-se o tipo de voice que pode ser:
2.1
- Normal: seleciona-se os programas de instrumentos denominados normais
(pianos, baixos, órgãos, etc.).
2.2
- Drum: acessa-se os vários kits de bateria.
3.
Mono/Poly Mode: determina se o voice de um part responde
polifonicamente ou monofonicamente, sendo que este parâmetro não
fica disponível quando o Part Mode está direcionado para bateria.
4.
Velocity Sensitivity Depth - gradua a sensibilidade no qual o velocity
afeta cada voice de um part.
5.
Velocity Sensitivity offset - determina o alcance no qual o velocity
afeta cada voice. Importante: estas funções são programáveis para
cada voice separadamente!
6.
Note Limit Parameters - limita o alcance das notas de um determinado
voice. Assim pode-se criar splits, assinalando-se dois parts para o
mesmo canal de midi, mas limitando-se as notas de forma que cada região
do teclado acesse diferentes voices.
Outras
funções: portamento parameters, velocity limit parameters, pitch
bend control, e modulation wheel.
PERFORMANCE
MODE
Em
Performance Mode, O MU80, funciona como um Tone Generator em 4 parts,
controlados por um único canal de MIDI. É assim chamado pois é
ideal para apresentações ao vivo. Pode estar em layer ou em split.
Possui 256 performances no total: 64 x 2 Preset e 128 Internal. Os
Drum Parts não estão disponíveis em Performance Mode.
Para
entrar no Performance Mode, pressiona-se o botão Mode. Em seguida
usa-se o Select para acessar o PFM e pressiona-se o Exit ou o Play
para retornar ao display de Play.
Por
intermédio dos botões de Select e de Value, muda-se o banco entre
Preset e Internal.
Para
selecionar e endereçar outros programas para um determinado
performance, usa-se os botões de Select e de Value novamente.
Em
Performance mode, pode-se também editar Single Parts e All Parts, de
forma similar à já descrita anteriormente. Assim não é necessário
sair do performance para reprogramar parts individuais. Ao reprogramar
um single em performance, é possível monitorar como as modificações
atuam juntamente com os outros parts escolhidos.
Performance
Edit Mode:
É
onde encontra-se diversas funções e parâmetros de edição e
arquivamento de sons, agrupados nas seguintes sessões:
1.
Commom - para nomear um performance e selecionar o número do Control
Change dos parâmetros de realtime. Na página dois desta seção,
liga-se o AD Part, que possibilita o uso de instrumento ou microfone
na entrada A/D do módulo. O MU80 pode ser utilizado estritamente como
um processador de efeitos do instrumento que estiver conectado na
entrada A/D. Para tal, é necessário solar o A/D Part (A1 ou A2)
apropriado, desativando os voices.
Na
página seguinte determina-se que número de Control Change será
usado para o Controler 1 em Performance, que no caso pode ser endereçado
para filtro, amplitude ou variação de efeito.
2.
Part - edita-se os parametros já vistos no item programação, sendo
que aqui, modifica-se dentro de um performance e não é possível
selecionar drum parts.
3.
Copy - permite copiar configurações de um programa de performance
(preset ou internal) para outro número (internal somente).
3.
Store - após editar ou criar um performance, pode-se salvá-lo para
uso futuro, em um dos 128 locais da memória interna.
Análise
dos Performances principais
Como
os performances são agrupamentos de até quatro parts, obtém-se sons
mais poderosos (fats).
002
Piano Concert Grand - é
a junção de dois parts de piano, produzindo um som mais encorpado
que mesmo assim não chega a ser um piano fiel, mas um bom piano tipo
sampler.
006
Rich String - decepciona, pois subentende-se por rich algo bem mais
complexo e envolvente. O sustain é muito curto e necessita boa dose
de edição.
012
Gabriel CP - é ótimo para climas do tipo new age.
013
MIDI Grand - para ao vivo, em música pop pode funcionar muito bem
pois é mais cheio, formado pelos programas: Grand Piano, DX (FM),
Celesta e Mellow.
028
High Strings - é envolvente mas precisa ser editado pois tem muito
zim (excesso de ênfase do filtro na região aguda).
Os
programas de baixo sintetizados e efeitos que misturam Callíope,
Glocken, BowedPa, Choral, Itopia, são muito especiais, e lembram
muito os instrumentos de tecnologia
Vector Syntesis. Com certeza eu recorreria a estes patches para
criar introduções poderosas.
EFFECT
EDIT MODE
Desde
1990, alguns teclados e módulos dispõem de efeitos internos, o que
facilita muito o trabalho do tecladista. Poder tocar ao vivo, com
efeitos programados em cada patch, sem depender de efeitos externos,
realmente foi uma ótima implementação.
O
MU80 tem um multi processador de efeitos embutido, com cinco tipos
independentes: reverb, chorus, variation, distortion e equalizador. Os
quatro primeiros são controlados no Effect Edit mode.
Para
acessar a edição, pressiona-se o botão Effect, onde estão disponíveis
vários reverbs: Hall, Room, Stage e Plate reverbs; Chorus: Chorus,
flanger, phaser; Variation (que possibilita a adição de efeitos
diferentes em cada voice), assim como efeitos adicionais: Gate reverb,
wah and pitch change. Distortion: subtle, warm overdrive, hard-edge,
etc.
Equalize
(EQ) Edit:
Em
alguns instrumentos, a sessão de equalizador é encontrada na página
de efeitos, mas no MU80, é tratado acertadamente de forma exclusiva.
O
equalizador permite ajustar a tonalidade final dos voices em cinco
bandas de freqüencia. Encontram-se disponíveis diversos presets de
equalização que podem ser acessados mais diretamente. Estes presets
foram projetados para diferentes tipos de música: Flat, Jazz, Pops,
Rock and Classic.
UTILITY
MODE
Permite
selecionar funções relacionadas às operações gerais do módulo,
tais como:
1.
System Functions - Master tune, Mute and A/D Parts Lock, Equalizer
Lock, Receive General MIDI Exclusive, Receive System Exclusive,
Receive Bank Select, ajuste de contraste do display, MIDI receive
filters, Dump Interval e Thru Port.
2.
Dump Out Functions - salva as configurações do MU80 (Parts,
Performances, system, cada programa separado, etc.), para um
sequenciador dedicado ou microcomputador com programa de
sequenciamento.
No
teste que realizei, o dump de todas as informações do Performance
durou aproximadamente 22 segundos e ocupou 37.607 Kb no hard disk.
3.
Initialize Functions - permite restaurar a configuração de fábrica
de diversos elementos: Factory Settings, Sound Module Mode ou Drum
Kit.
4.
Demo - toca a demo do instrumento
Usando
o MU80 com microcomputador
Primeiramente,
é necessário certificar-se de que o Sound Module Mode está no modo
XG (Extended General MIDI), onde trabalha com seu desempenho total,
fazendo uso das inovações introduzidas pela Yamaha. O XG é uma
extensão do GM (General MIDI) que possibilita maior expressão
musical, mantendo ainda compatibilidade com o GM.
No
teste, ao mudar o banco no sequenciador, o voice não mudou
automaticamente. Após uma troca de banco, o MU necessita da mensagem
de troca de programa para acessar determinado som do novo banco.
Executei
diversos midifiles contendo diferentes dinâmicas e controles de midi.
O controle 7 (volume), por exemplo, foi respeitado plenamente.
Mesmo
os midifiles com arranjos mais complexos, que compus especificamente
para teste de desempenho de equipamento, soaram muito bem. Responder
à 64 vozes é sem dúvida uma das vantagens deste módulo que
raramente "comerá" notas.
Conclusão
O
MU80 demonstrou ser uma brilhante opção para multimídia, e deixou a
impressão de que terá grande êxito de vendas, dependendo do preço,
é lógico. No fax que recebi do Sr. Yozo Omori, gerente comercial da
Yamaha (que me esclareceu atenciosamente algumas dúvidas de ordem técnica),
o preço não foi definido.
Para
tecladistas, é uma boa opção como complemento de setup, já que
oferece 64 vozes. Mais vozes significa: arranjos mais elaborados, mais
complexos, sem restrições. Disponho atualmente de 168 vozes, o que não
quer dizer que possa trabalhar completamente relaxado. Nos trabalhos
que envolvem música clássica, por exemplo, ainda tenho que
"espremer" aqui e ali, de forma a evitar notas
"comidas".
Para
os músicos que fazem shows com acompanhamento sequenciado, é uma ótima
alternativa, devido ao seu desempenho e portabilidade.
Como
sugestão, para finalizar, gostaria de ver em breve o lançamento do
MU80 versão hardware, ou seja, no formato de uma placa instalável em
um dos slots internos do microcomputador. |